SUINOCULTURA

S.O.S. Suínos

MEDICINA Informativo Técnico 28

CARNE SUÍNA TEM MENOR TEOR DE COLESTEROL

Pesquisa realizada por cientista da Unicamp indica que o índice de colesterol é maior nas carnes de frango.

Clayton Levy.

Campinas- Um estudo realizado pela pesquisadora Dra. Neura Bragagnolo, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), revelou que o teor de colesterol na carne suína é inferior ao apresentado nas carnes bovina e de frango. Embora a diferença seja pequena, a constatação joga por terra o conceito generalizado de que a carne de suíno é prejudicial à saúde.

A pesquisa da cientista brasileira e comprovada por outros estudos, feitos nos Estados Unidos e Alemanha.

" Criou-se um mito sem base cientifica sobre a carne de suíno", disse Dra. Neura. O estudo feito com produtos crus mostrou que o teor de colesterol na carne suína (bisteca e lombinho) é de 49 miligramas em cada l00 gramas, enquanto na carne bovina (contrafilé) o índice é de 5l miligramas, é na de frango (peito), 58 miligramas. A diferença se mantém quando se compara carnes de outras partes dos mesmos animais.

O teor de colesterol no pernil suíno é de 50 miligramas em cada 100 gramas, enquanto na carne escura do frango o índice é de 80, e no coaxo duro do boi, 56. O toucinho de suíno com 54 miligramas, tem menos colesterol que a pele de frango, com 104.

O estudo feito com as carnes cozidas, porem, revelou algumas diferenças. Na carne branca de frango, o teor de colesterol subiu para 75 miligramas em cada 100 gramas, na bovina (contrafilé) passou para 66, e na suína (bisteca), foi a 97.

O lombinho de suíno, cozido, entretanto, apresentou teor de 69 miligramas, inferior aos índices do frango e do boi.

O mesmo estudo realizado pela Associação Americana do Coração, comprova os resultados obtidos na pesquisa da Unicamp. O teor de colesterol encontrado na carne magra suína foi de 60 miligramas em cada 100 gramas, enquanto na coxa de frango, chegou a 91 e na carne magra bovina, 65.

Na comparação com as partes gordurosas, a carne de suíno mostrou um teor de 70 miligramas, contra 65 na carne de frango, e 75 na carne bovina.

A carne suína também apresenta menor teor de colesterol, quando comparada a outros alimentos. O leite em pó integral tem em media160 miligramas em cada 100 gramas; a manteiga varia de 230 a 307miligramas, e o leite humano vai de 12 a 44 . A carne de peixe varia de 43 (bacalhau), a 141 miligramas (sardinha).Atualmente, a pesquisadora da Unicamp estuda o teor de ácidos graxos (gordura) saturados e insaturados nas carnes de suíno, frango e bovina." É a partir destes resultados que poderemos avaliar melhor os três produtos", explica. Segundo ela, a carne com maior teor de gordura insaturada produzira menos colesterol no organismo humano, enquanto as gorduras saturadas produzem o efeito inverso.

Biotecnologia ajuda a produzir animal com menos gordura. Ao contrario dos porcos produzidos no passado em fundos de quintal, fonte de gordura para ser utilizada como óleo na preparação de alimentos, as criações atuais desenvolvidas com ajuda da biotecnologia tem maior teor de carne que de gordura. Isto significa que os " porcos de laboratório" tem menos colesterol que os de fundo de quintal, já que esta substancia que em estado puro é branca, sem odor e sabor, concentra-se especialmente nas gorduras, embora esteja presente em todo o tecido animal. Apontado como vilão da saúde, por provocar ataques cardíacos e derrames cerebrais, o colesterol, na realidade, é essencial para a vida. É um componente primário da membrana que envolve cada uma das bilhões de células do organismo e deflagra ou intermédia reações pelas quais o corpo sintetiza ácidos, hormônios e vitaminas. O colesterol circula no sangue e é produzido naturalmente no fígado, entre outros órgãos. A ingestão excessiva, porem, aliada ao sedentarismo, bloqueia veias e artérias, aumentando o esforço do coração e elevando a pressão arterial, criando os riscos de saúde ( U.C.)

TEORES DE COLESTEROL mg/100 gramas.

Fonte: Dra. Neura Bragagnolo(UNICAMP) Jornal Est.S.Paulo 20/04/96.

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