SUINOCULTURA

S.O.S. Suínos

Informativo Técnico 12

STATUS SANITÁRIO

Doenças Respiratórias

O impacto econômico causado pela maioria das doenças respiratórias estão altamente associado com outros fatores tais como, manejo deficiente, infeções bacterianas secundarias, alta densidade populacional e uso de sistema continuo de produção, (confinamentos).

Pneumonia Enzootica ou Micoplasmatica

Tem sido freqüentemente associada com baixas taxas de crescimento e de conversão alimentar.

Alguns estudos experimentais tem mostrado que o efeito de uma infeção de apenas Micoplasma hypopneumoniae, pode reduzir a media de ganho de peso diário em 12,7% em animais na fase de 50 a85 Kgs. (Pointon etal.1993).

Em uma granja em que no abate 70% dos animais abatidos apresentam lesões de pneumonia micoplasmatica poderá ter um atraso de 8 a 9 dias no abate.

A pneumonia enzootica em suínos tem sido encontrada em muitos países e no acompanhamento de abate de 9500 animais de 315 granjas dos EUA 99% das granjas e 70% dos suínos apresentaram lesões determinadas por pneumonia enzootica.

Os estudos sobre o efeito econômico da pneumonia enzootica tem se apresentado inconsistentes. Alguns autores revelam que não há efeito na media de ganho de peso e outros citam uma diminuição na media de ganho de peso de 5 a 25% ou um decréscimo na Conversão Alimentar de 4.6 a 25%. O que e certo, e que a evolução das lesões pulmonares observadas no abate confundem estudos que visam determinar o efeito da pneumonia enzootica sobre o crescimento, porque há regressão das lesões pulmonares e este não é um indicador confiavel da severidade da pneumonia durante a vida do suíno.

Associação da Pneumonia Micoplasmatica

Segundo Dr. Emmett J. Slvermer, que estudou a interação entre pneumonia e rinite atrófica nos EUA possa representar uma redução de ganho de peso de 40%.

Em um estudo de 10.356 animais abatidos de 13 estados do E.U.A representando 337 granjas mostraram que rinite atrófica foi encontrada em 100% das granjas e 99% apresentaram também incidência de pneumonia . Separadamente estes dados que 69,1% dos animais apresentaram lesões de rinite e 69,4% lesões de pneumonia. Na combinação das duas 92% dos animais apresentaram algum sintoma de doença respiratória.

A bactéria responsável pela pneumonia Micoplasmatica é o M.Hypneumoniae. No seu estagio inicial esta bactéria provoca perda da mobilidade dos cilios protetores da traquéia e brônquios. Com o tempo os cílios são destruídos, provocando uma redução das defesas naturais das vias respiratórias superiores e um aumento da susceptibilidade dos animais as infeções bacterianas secundarias provocada principalmente por Pasteurela multocida, Haemophilus pleuropneumoniae, Haemophilus parasuis.

Haemophilus Pleuropneumoniae e Associações

A Pneumonia hemorrágica causada pelo Actinobacillus pleuropneumonae se espalha rapidamente causando alta mobilidade e mortalidade (acima de 20%).

Quando associada a Pasteurela apresenta alta mobilidade mas mortalidade limitada.

Actinobacillus estão amplamente distribuída no mundo causando significante perdas econômicas em muitos países como Brasil, Suécia, Canada, Venezuela, México, Dinamarca, Alemanha, Japão e EUA estão por volta 40 -90%.

Estima-se que as perdas de produção estão por volta de 5 a 10% e as perdas financeiras se concentram na redução da taxa de ganho de peso diário e ineficiência da Conversão Alimentar.

Estas perdas podem ser muito maiores quando associadas ou quando temos problemas de manejo.

Doença de Glasser ---->causado pelo Haemophilus parasuis

A ocorrência da doença tem aumentado sensivelmente nos países com suinocultura industrializada. Os prejuízos decorrentes podem ser significativos e recaem tanto sobre o produto (cevado) por morte de animais, conversão alimentar deficiente, baixo ganho de peso e na industria pela condenação de carcaça.

A severidade da enfermidade parece estar relacionada ao estado imunitário do rebanho. Nas criações em que os suínos nunca tiveram contato com o agente etimológico a tendência é ocorrer na forma aguda com alta mobilidade e especifica mortalidade, enquanto nos rebanhos com imunidade especifica, estes índices são baixos e a doença se manifesta na forma crônica (smart et al 1992).

Os leitões de 5 a 8 semanas de idade são mais susceptíveis.

A ocorrência natural da doença de Glasser é usualmente associada a situações stressantes como transporte, condições climáticas adversas, movimentação constante, mudança de alimentação, desmama e erros de manejo.

Rinite Atrófica

O diagnostico de Rinite Atrófica em suínos é, normalmente baseado na apreciação visual das alterações das conchas nasais, (cornetos nasais). De acordo com sua gravidade as conchas nasais podem ser classificadas como normais ou atrofiadas (atrofia leve, definida, ou grave).

Com base nesta classificação estimou-se um índice de Rinite Atrófica (IRA) que varia numa escala de 0 a 3.

Podemos assim classificar de acordo com cada grau do IRA as perdas de ganho médio de peso e conversão alimentar.

As perdas econômicas foram variando de zero (IRA = 0) ate 14,5% para rebanhos de atrofia grave ou completas destruições das conchas nasais.

Dados da Embrapa calculam que o IRA médio para os rebanhos do sul e sudeste do país é de 1,22.

A vacinação juntamente com outras praticas de manejo e ambiente (visando a redução de poluentes atmosféricos, gases e poeiras em suspensão), melhoria no sistema de ventilação, temperatura e adequação do tamanho do plantel às instalações disponíveis reduziram o IRA médio de 1,3 para 0,2.

Estes resultados quando analisados de um rebanho de 17.238.145 animais das regiões do sul, SP ,MG ,RJ e PR mostraram um saldo positivo.

Apenas em termos de redução de consumo de ração para a produção de um ano, a economia foi equivalente a 255 mil terminados de 95 Kgs. ou 22,2 milhões de dólares.

Doença Misteriosa

A doença ganhou atenção primeiramente em 1987 quando esta se espalhou rapidamente pela áreas de alta densidade de suínos do Meio Oeste Americano e Canada. Em 1990 alguns estudos na Alemanha apresentaram uma síndrome semelhante.

Sintomas da doença

- Problemas do aparelho reprodutivo afetando a fertilidade.

- Aumento da taxa de aborto, diminuição da taxa de fertilidade. As leitegadas demonstram um grande número de natimortos, mumificados e aumento da mortalidade pré desmama. Problemas respiratórios são notados na creche e setor de crescimento. A conversão alimentar e media de ganho de peso são deprimidas. Estes animais estão mais vulneraveis a problemas secundários a predominância de problemas de pneumonia (Rinite Atrófica, Haemophilus parasuis, Pneumonia enzootica) aumenta também a mortalidade ate a desmama.

Em um estudo da analise economica da doença, a granja sofreu em 4 meses uma diminuição dos nascidos vivos de 2.3 leitões um aumento de 17% na mortalidade na maternidade e um decréscimo da taxa de parição de 15%.

Aujesky

Tipicamente os sintomas clínicos da doença causam mortalidade especialmente em leitões, natimortos e baixas taxas de fertilidade de fêmeas. Algumas vezes infeções de doenças crônicas respiratórias estão associadas a Aujesky em animais de crescimento e terminação reduzindo a taxa de crescimento. Contudo, alguns suínos:

- Podem não apresentar sintomas aparentes ou apresentam apenas pequenas reduções na eficiência de produção. Sendo que, os efeitos econômicos da doença não são fáceis de serem medidos principalmente em condições de granjas comerciais.

- Nos EUA o governo esta gastando mais de 9 bilhões de dólares por ano para erradicação da doença.

-Nos EUA uma pesquisa feita em abatedouros revelam que 18,8% das granjas do pais tem incidência, variando entre ocorrências de zero a 34,3%.

-Sintomas clínicos de Aujesky podem acompanhar abortos que ocorrem mais freqüentemente na fase final de gestação.

Salmonelose

- É atualmente a doença mais emergente na região de criação de suínos dos EUA. O sistema de controle sanitário do pais calcula que o custo do tratamento da mortalidade e prevenção contra Salmonelose foi de 26 milhões de US$ no estado de Iowa em 1989. O custo desta doença em uma granja de 500 matrizes esta estimado em 12,68 dólares por matriz como mostra a tabela:

Custo econômico de incidência de Salmonela em uma granja de 500 matrizes.

A mobilidade e mortalidade em surtos de salmonelose variam tremendamente. Um estudo mostra que 300 casos, 57% estavam envolvidos com transporte de leitões de uma granja a outra e 37% em granjas de ciclo completo. Os surtos ocorreram na media 17 dias após o transporte dos animais com peso médio de 25 Kgs. Neste estudo a media de mobilidade foi de 28% com 3% de mortalidade cerca de 6% dos 300 casos tiveram outros tipos de infeções.

Brucelose

A Brucella suis causa infeções inaparentes que resultam em natimortalidade, abortos e infertilidade em ambos os sexos. A infeção é normalmente introduzida na granja por suínos infectados, animais selvagens. E menos comum por produtos contaminados semem ou óvulos. O semem de animais infectados podem ser portadores da bactéria. As perdas econômicas da doença são grandes dependendo do grau de contaminação da granja.

Para controle deve-se manter teste de sangue ( sorologia) periódicos e ter certeza que os animais adquiridos estão livres para esta doença.

Parvovirose

Embora poucas granjas estejam livres do parvovirus, o vírus não interfere sempre na reprodução.

Entre os fatos que prescrevem a parvovirose suína não afetar a gestação estão o grau de imunidade da matriz e a fase de gestação que o animal se encontra quando infectado.

Usualmente esta infeção não costuma causar aborto. O mais comum é: leitegadas infectadas levadas ao termino da gestação com 1 ou mais fetos mumificados presentes e um ou mais leitões vivos.

O período mais critico de uma leitegada parece ser entre a concepção e o período dos primeiros 30 dias de gestação.

Normalmente granjas com baixo grau de imunidade recomenda-se a vacinação. em granjas mais velhas (maior grau de imunização) muitas vezes a vacina poderá ser desnecessária.

Leptospirose

Os suínos podem ser hospedeiros de leptospira. Uma vez estabelecida na granja esta infeção tende a persistir indefinidamente.

Sintomas clínicos - Abortos geralmente causados nas 3 ultimas semanas de gestação. As leitegadas abortadas geralmente incluem leitões vivos, fracos, natimortos e fetos no inicio do estagio de mumificado.

Vacinações semestrais parecem ser efetivas no controle clinico de leptospira suína.

Abortos Bacteriológicos

Causados principalmente por bactérias como Estreptococus, Erisipelotrix sp, Escherichia Coli, Pseudomonas sp, Corynebacterium (abortos causados por problemas genito-urinário).

Apenas a vacina para Erisipela apresenta-se como medida de controle especifica, com alguma eficiência.

Os abortos são caracterizados principalmente no 1 mês de Gestação.

Controle e feito essencialmente com mudanças de manejo, associados a medicação.

Ileite

Considerada a doença dos anos 80 nos EUA

Diarréia, fezes moles com ou sem sangue, redução do ganho de peso na fase de crescimento, principalmente na recria, terminação, adultos e jovens. Como conseqüência aparecem animais brancos ou anêmicos, refugos e mortos. A doença inexiste em animais com menos de 1 mês e mais de um ano de idade.

A doença está normalmente associada a stress.

Sarna

Mostra-se um problema serio a medida que os suínos são produzidos de forma intensiva.

Seu quadro clinico se caracteriza por prurido intenso formação de crostas, queda de cerdas, perda de peso e crescimento retardado.

Alem disto a sarna pode causar falhas na concepção e ocasionalmente contribue para morte de leitões em crescimento.

Um trabalho da Embrapa de abril de 1991, conclue comparando economicamente 3 estratégias para o controle de sarna:

1- A estratégia sugerida pelo CNPSA introdução de animais em uma instalação de quarentena. Independente do resultado do exame parasitologico os reprodutores bem como as instalações foram submetidas a 3 banhos com sarnicidas comerciais. A estratégia de controle consta de coleta e exame de raspados de pele dos condutos auditivos externo e de mais duas ou três diferentes regiões do corpo do animal duas vezes por ano.

2- Uso de sarnicida injetável duas vezes ao ano.

3- Aplicação de sarnicida através de pulverização dos animais e instalações duas vezes ao ano. Como conclusão temos:

a) A realização de exames clínicos e laboratoriais periódico permitem certificar-se da presença ou não da sarna sarcoptica em uma granja de suínos.

b) É possível evitar a introdução de suínos portadores de S. scabiei em rebanhos através da execução de exames de raspados cutâneos e de pulverização de sanicídas durante o período de quarentena.

c) A estratégia de controle utilizada na granja estudada foi economicamente mais vantajosa. Todavia, muitas vezes em regiões em que os exames de raspados não são disponíveis a opção mais interessante do ponto de vista econômico é através da pulverização de um sarnicida.

Nos EUA dados de perdas financeiras decorrentes de incidência de sarna variam de 10 milhões a 50 milhões de dólares no ano.

Coccidiose

A coccidiose em suínos estão altamente espalhada na suinocultura apresentando ainda dados crescentes de incidência. Estudos recentes citam que 60 a 80% dos suínos tem coccidiose. Cerca de 30 a 35% das diarréias de leitões de maternidade (normalmente de 5 a 10 dias de idade) são causadas por coccidiose. O aumento desta incidência, deve-se provavelmente pelo aumento de sistemas confinados, maior produção de suínos intensivo e cuidados sanitários inconstantes, e manejo inadequado.

A coccidiose é um parasita celular que vive na parede do intestino grosso e delgado.

As perdas econômicas e controle da doença dependem da gravidade da infestação, idade do animal e presença ou não de outras doenças.

Ulcera

Ulcera gástrica é comum em suínos mantidos sob condições de criação intensiva causando sintomas clínicos de doença e morte. Grande porcentagem da mortalidade de matrizes são atribuídas a ulcera em necrópia.

A incidência de ulcera são também freqüentemente observadas em animais de abate.

O controle da doença é feito normalmente evitando-se stress nos animais, com um bom manejo de ração (textura, granulometria, nível de fibra, maior consumo de água).

O grau de perda economica da doença ira variar de acordo com a severidade desta.

sossuinos@uol.com.br

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