J.A.M. Presidente Bernardes SP.
P.E
possível usar Farinha de Torta de Amendoim?
R: Amigo
J não é comum o uso da Farinha de Torta de Amendoim na
alimentação dos suínos,
principalmente em função da disponibilidade e ainda
devido a possível
contaminação por aflatoxina.
O
amendoim é uma leguminosa ( Arachis hipogea ) cultivada
principalmente para
extração de óleo comestível de excelente
qualidade. A torta de Amendoim
possui um alto teor protéico e de ótima digestibilidade,
assim como outras
sementes de leguminosas após a prensagem e moagem chamamos de
“ farinha “
que poderia ser usada como suplemento protéico na
alimentação dos animais.
Semente % | Farinha de torta% | |
Umidade | 6,00 | 8,00 |
Proteína Bruta | 27,00 | 45,00 a 50,00 |
Extrato etéreo | 45,00 | 1,50 |
Fibra Bruta | 2,60 | 5,5 a 15,00 |
Extrativos não nitrogenados | 17,00 | 25,00 |
Resíduo mineral | 2,40 | 5,00 |
Cálcio | 0,14 | 0,32 |
Fósforo | 0,60 | 0,60 |
Em
relação a sua proteína o amendoim tem duas
globulinas: a araquima e a
conaraquina, que se complementam no que se refere aos seus
aminoácidos dificitários.
A Farinha de Amendoim é deficiente em lisina, aminoácidos
sulfurados e
treonina.
Seu
elevado teor em arginina produz um maior desequilíbrio em
aminoácidos,
tornando mais séria a deficiência em lisina que é o
aminoácido limitante.
Composição em Aminoácidos da farinha de amendoim (obtida pelo processo de extração por solventes ) |
|
Aminoácidos |
% |
Arginina | 5,97 |
Lisina | 1,56 |
Metionina | 0,43 |
Cistina | 0,73 |
Triptofano | 0,40 |
Glicina | 2,70 |
Histidina | 1,00 |
Leucina | 2,90 |
Isoleucina | 1,62 |
Fenilalanina | 2,42 |
Valina | 1,97 |
Treonina | 1,49 |
Serina | 2,69 |
Utilização
para SUINOS: Apesar do elevado valor protéico da Farinha da
torta do amendoim,
ela não é muito utilizada para suínos devido seu
desequilíbrio em aminoácidos,
mas ainda fundamentamente devido aos riscos de
contaminação com o fungo :
Aspergillus flavus que produz a aflatoxina. A
contaminação dos alimentos
ocorre já no campo e no momento da colheita. E os sintomas de
uma intoxicação
aguda por aflatoxina são: distúrbios hepáticos,
culminando com icterícia,
depressão, anorexia, e hemorragias múltiplas, podendo
chegar a morte. Em sua
forma crônica, a intoxicação caracteriza-se por
queda de desempenho,
refugagem, imunodepressão, e esteatose e carcinomas
hepáticos. O fígado fica
amarelado com manchas esbranquiçadas, devido a morte
de hepatócitos e acúmulo de gordura no local,
já
que para reparar a morte celular o organismo depositará
tecido
conjuntivo no tecido hepático.
O uso comercial dependerá da disponibilidade, livre de aflatoxina, do seu custo pois teremos que adicionar uma suplementação de lisina, metionina e treonina. Deveremos ter o seu custo bem avaliado e formular com inclusão destes aminoácidos, e acreditamos que será viável com o custo do Farelo de Soja custando o dobro do Farelo de Torta de Amendoim.