Neide
Ferrante de Farias – S.Bernardo do Campo – SP
Solicito
Informações sobre a raça de suínos
Pirapetinga.
Amiga
Neide, os suínos; ou melhor eu diria os “porcos”
Pirapetinga,
não no aspecto depreciativo, deixaram de ser criados
economicamente por
volta de 1.970, com a introdução no Brasil das
raças de Suínos, Européias,
Large-White, Landrace, mais produtivos, precoces, melhor qualidade de
carcaça,
e status sanitário, e animais tipo carne.
Ainda
hoje podemos encontrar alguns remanescentes espalhados pelas fazendas
antigas do
Norte de Minas Gerais e Goiás, mas são animais em
extinção.
Bem
vamos a sua consulta, Esta raça: Pirapetinga e em algumas
regiões foram
conhecidos como Pirapitinga, foram desenvolvidos por volta de 1.920 a
1.930, na
região da zona da mata mineira, ( Pedro Leopoldo / MG); em
fazendas localizadas
nas margens do rio Pirapetinga, “ por isso o nome”. Estes
animais se
disseminaram pela região da Zona da Mata Mineira,
Espírito Santo, Goiás.
E
por volta de 1.940, o Professor Athanassof, em Piracicaba, SP
iniciou um
trabalho de melhoramento desta raça, cruzando com animais
Wessex, e ainda por
volta de 1.950, o Professor
A. Di. Paravicini Torres, também da Escola Superior de
Agricultura “
Luiz de Queiroz” tentou sem sucesso o melhoramento desta
raça, que acabou
abandonando as pesquisas por falta de verbas e incentivo do governo.
É
um porco asiático de tamanho ( pequeno/ médio ) de
ossatura fina e bom
comprimento, cor predominante preta, tem poucas cerdas ( quase pelado )
apresentando um couro preto arroxeado, cabeça descarnada, orelha
em pé, e
focinho curto. São animais ativos, e com tendências
nômades, gostam de estar
andando o tempo todo.
Na
época ( 1.950 ) era classificado como um animal com as seguintes
qualidades:
Vivacidade, Precocidade, Prolificidade, Rusticidade, Longevidade,
responde bem a
alimentação balanceada.
O
Pirapetinga engorda com facildade, aproveitando bem a grande variedade
de
alimentos, sendo ótimo pastador, produz toucinho de ótima
qualidade, e bom
rendimento de gordura, não sendo um animal com aptidão
para carne.
Seu
perfil é subcôncavo, e as orelha médias, semi
ereta, os trabalhos
desenvolvidos em Piracicaba, na década de 40 / 50 tentava-se
melhorar esta
raça para torna-la uma raça intermediaria entre carne e
banha.
A
sua seleção era feita considerando os pontos principais:
Uniformização
do tipo e seleção pelas cores: roxa e preta
Eliminação
de indivíduos com focinho comprido
Eliminação
de indivíduos peludos e manchados, tanto no couro como nos
pêlos
Eliminação
de indivíduos com tendência exagerada de selarem o dorso
Eliminação
de indivíduos com orelhas longas ou moles
(*)
Eliminaram tanto que acabaram com a raça.
Padrão de peso. | Machos | Fêmeas | |
Ao Nascer | 1 | 1 | Kg |
Aos 3 meses | 12 | 12 | Kg |
Aos 6 meses | 45 | 40 | Kg |
Aos 9 meses | 70 | 60 | Kg |
Aos 12 meses | 90 | 70 | Kg |
Aos 24 meses | 140 | 110 | Kg |
A
capacidade que estes animais tinham para andar, e como se dizia
antigamente (
alongar no
mato ), tivemos relatos de fazendas no Norte do estado de Goiás,
que tiveram
estes animais desaparecidos por longos períodos; por mais de 1
ano e depois
foram localizados a mais de 70 Km de distância.
Obs:
a grande maioria das raças NACIONAIS, deixaram de ser criadas; a
partir de
1.970; e não de fez nenhum trabalho de preservação
destas espécies, que com
os avanços da engenharia genética; ( transgenia );
poderíamos usufruir de
algumas características que eventualmente poderia ser
interessantes atualmente,
como: Rusticidade, resistência a algumas doenças,
baixíssima exigência
nutricional, animais com cascos extremamente duros.
Lembre-se
que os últimos registros de animais nacionais ( PIAU ) feitos em
livros de
associações brasileiras, foi em 1.995.